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Psicologia Cognitiva


(Imagem 13/20)

Denomina-se psicologia cognitiva o ramo na psicologia que trata do modo como os indivíduos percebem, aprendem, lembram e representam as informações que a realidade fornece. A psicologia cognitiva abrange como principais objetos de estudo a percepção, o pensamento e a memória, procurando explicar como o ser humano percebe o mundo e como utiliza-se do conhecimento para desenvolver diversas funções cognitivas como: falar, raciocinar, resolver situações-problema, memorizar, entre outras.



A psicologia cognitiva é totalmente divergente de outras abordagens da psicologia por dois motivos principais: 1. Refuta a introspecção e adota o método científico positivista como método válido de investigação, o que contraria os métodos fenomenológicos, como a psicologia freudiana, por exemplo. 2. Defende a existência de estados mentais internos, tais como: o desejo; as crenças (conjunto de suposições desejadas, inconsciente ou conscientemente por indivíduos ou grupos); as motivações (impulso de materialização do desejo na conduta dos indivíduos de forma consciente ou inconsciente), tais estados mentais vão contra os preceitos da psicologia comportamental.




Dentre as correntes da psicologia cognitiva na atualidade uma das principais é a que aborda um enfoque voltado para o processamento da informação. Segundo esse enfoque, a cognição se efetiva por meio de uma seqüência de fases: a memória sensorial, a memória operacional e a memória permanente.




Existem algumas áreas de conhecimento relacionadas à psicologia cognitiva, como: a inteligência humana, a inteligência artificial, a representação do conhecimento, a construção de conceitos, a atenção, a percepção visual e auditiva, a linguagem, o reconhecimento de modelos, o esquecimento e a lembrança, a ciência da computação, entre outras.




Jean Piaget é um os principais representantes da psicologia cognitiva, que ao contrário do que muitos pensam não construiu uma teoria da aprendizagem, mas uma teoria do desenvolvimento mental humano. Conforme Piaget a aprendizagem é entendida como o aumento do conhecimento e apenas ocorre aprendizagem quando o esquema de assimilação passa pelo processo de acomodação. Em outras palavras, para que alguém aprenda é preciso que haja uma reconfiguração da estrutura cognitiva (esquemas de assimilação) do indivíduo, resultando em novos esquemas de assimilação cognitiva.




A idéia de estrutura cognitiva é primordial para a compreensão da teoria de Piaget, elas podem ser definidas como modelos de ação física e mental próprias de atos característicos de inteligência e que correspondem a estágios do desenvolvimento infantil. Segundo Piaget, existem quatro estágios de desenvolvimento, ou seja, quatro estruturas cognitivas primárias: sensório-motor, pré-operacional, operacional concreto e operacional formal. No primeiro estágio, sensório-motor (0-2 anos), a inteligência se expressa em ações motoras. No estágio pré-operatório (3-7 anos) a inteligência é de natureza intuitiva. Já no terceiro estágio, o operatório-concreto (8-11 anos), o desenvolvimento da inteligência se volta para operações lógicas, mas ainda na dependência de referenciais concretos. E no estágio final do desenvolvimento cognitivo, o operatório-formal (12-15 anos), é que o pensamento passa a realizar abstrações.




É por meio de processos de adaptação: assimilação e acomodação, que as estruturas cognitivas se transformam. A assimilação refere-se à interpretação de eventos através das estruturas cognitivas existentes, e a acomodação diz respeito à modificação da estrutura cognitiva com a finalidade de compreender o meio. A teoria de Piaget aproxima-se de outras teorias de aprendizagem construtivistas (Vygotsky e Bruner) ao afirmar que o desenvolvimento cognitivo de um indivíduo consiste em seu constante esforço adaptar-se ao meio em que vive em termos de assimilação e acomodação